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Lídia Ribeiro

(N. 21 setembro, 1934)

Lídia Ribeiro afirma, em entrevista, ter começado a cantar talvez por influência das colegas e amigas e nesse sentido foi incentivada a concorrer ao concurso "À procura de uma estrela", um programa de Igrejas Caeiro, composto por várias eliminatórias, representativas, por exemplo, dos vários bairros de Lisboa e com diversas categorias (ópera, Fado, canção). Lídia Ribeiro vence na categoria de Fado e o prémio é um contrato para integrar o elenco dos "Companheiros da Alegria", um espectáculo itinerante que acompanha a "Volta a Portugal em Bicicleta".

Ganha uma Menção Honrosa da Emissora Nacional e participa por 4 vezes nos "Serões para Trabalhadores" .

Profissionaliza-se aos 18 anos. Aos 19 anos casa-se com Luís Guilherme e juntos partem para o Brasil com a filha de ambos. É neste país que se dá o grande "pulo" na sua carreira artística com a participação em vários programas de televisão, na TV Record, na rádio e a gravação do primeiro disco LP, pela etiqueta Copacabana, experiências que afirmou serem muito positivas: "adaptei-me muito bem à televisão e eles gostaram muito porque eu filmava muito bem!"

Na sua estadia no Brasil conviveu com algumas referências musicais tais como: Tristão da Silva, Francisco José, Tony de Matos, irmãs Meireles, António Mestre (acordeonista), e que protagonizavam alguns dos programas de variedades emitidos na rádio e televisão brasileira.

Ao fim de cerca de 5 anos regressam a Portugal e após ser a "Eleita da Quinzena", é convidada para integrar o elenco do restaurante "Folclore", na Cervejaria Trindade, local esse caracterizado por Lídia Ribeiro como "uma sala de visitas de Lisboa quando vinha ali alguém jantar", e onde actuou por um período de 13 anos. Para além das apresentações quase diárias, o elenco partia em digressão todos os meses de Janeiro percorrendo a Europa, o Brasil e África.

Após o encerramento do Restaurante "Folclore", inicia então um "circuito" pelos vários Casinos de Portugal, e elege-se esses locais como os espaços onde mais gostava de actuar. Lídia confessa-se apreciadora de grandes palcos, projectores, microfones, "...espectáculo é luz, é som, roupas bonitas, isso para mim é que é espectáculo.", afirma.

Entretanto, Lídia Ribeiro separa-se do marido e refaz a sua vida junto de Tony de Matos.

Com o “25 de Abril” e a redução da frequência de público nos Casinos, Lídia Ribeiro sente a necessidade de dar um novo rumo à sua carreira artística. Impulsionada por Tony de Matos apresenta-se na casa de Fados "Fado Menor" e noutras casas de Fado por períodos mais curtos. Mais tarde fixa-se durante 3 anos no elenco do "Faia" seguindo-se a "Taverna D´El Rei" onde também se esteve por 3 anos. Lídia afirma que se tratou de uma "adaptação às casas de Fado".

No seu percurso artístico Lídia Ribeiro gravou para as editoras "Copacabana" (Brasil), Belter (Espanha), Valentim de Carvalho e Alvorada, e desses registos destacam-se os sucessos, "À janela do meu peito", "Lisboa Menina" de Alberto Janes e "Agora é tarde" de Pinto Ribeiro.

Aos 65 anos, dá por finda a sua carreira, entrega o guarda-roupa, os sapatos, e reforma-se: "...não tenho pena nenhuma de não cantar, acho que fiz o certo na altura certa..." afirmou-nos Lídia Ribeiro.

 

Fonte:

Museu do Fado - Entrevista realizada em 25 de Outubro de 2006.

 

 

 

 

Manuel Fernandes, Deolinda Rodrigues, Lídia Ribeiro Madeira, 1960

Lídia Ribeiro, s/d.

Lídia Ribeiro, s/d.

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