Fado 1910

26 junho, 2010 a 31 agosto, 2010

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A Sociedade Nacional de Belas Artes, cujo primeiro presidente foi José Malhoa, recebe esta produção EGEAC,EEM / Museu do Fado onde podemos ver pela primeira vez expostas lado a lado as obras O Fado de José Malhoa  de 1910 (Colecção Câmara Municipal de Lisboa) e O Fado de 1909 (Colecção Particular). 

Também estarão patentes alguns estudos da obra designadamente um curioso estudo datado de 1908 onde Jose Malhoa incluiu uma terceira figura na composição.

Nesta exposição poderemos ainda apreciar o quadro de João Vieira O Mais Português dos Quadros a Óleo (2005) que constitui uma fascinante paródia a O Fado de José Malhoa produzida com a cumplicidade dos Homeostéticos (Pedro Portugal, Pedro Proença, Manuel Vieira, Fernando Brito).

No ano em que se comemora o centenário da República, a exposição FADO 1910 revela o papel central da canção de Lisboa no processo da Implantação da República. Desde o último quartel do século XIX o fado assume-se como importante veículo de memória e cidadania sublimando os ideários dos movimentos políticos e ideológicos emergentes no dealbar do século XX. 

Usufruindo de uma crescente consagração popular, o fado constituía um instrumento privilegiado de difusão dos ideais mais ambiciosos de transformação social e política, assumindo uma importância central na construção de uma utopia igualitária.

Nos alvores do século XX o fado irrompe na pintura pela mão de José Malhoa fixando um modelo iconográfico popular, urbano e marialva que, consolidando a via mais naturalista de tratamento do tema, desde logo assumiu um lugar de absoluta centralidade na iconografia do género. 

A extensa fortuna crítica de José Malhoa tornou sobejamente conhecidas as peripécias que pontuaram a produção da obra O Fado, que envolveu a colaboração do fadista Amâncio e da sua companheira, a Adelaide da Facada que assim participavam, ainda que fortuitamente, na fundação de uma identidade imagética do fado.

O próprio Malhoa desvenda em 1915 numa entrevista ao jornal A Lucta: “…Por uma tarde parada, como esta, de olhos semicerrados, pensava eu no meu atelier, em planos vagos a realizar. Uma guitarra sobre uma banca, fez-me meditar nisto: quem teria feito o primeiro fado? Embevecido nesse sonho, fazendo passar ante meus olhos todas as Severas, de cigarro na boca e perna traçada, cantando a melancólica canção das perdidas…”

Foto: José Frade | Museu do Fado

Foto: José Frade | Museu do Fado

Foto: José Frade | Museu do Fado

Foto: José Frade | Museu do Fado

Foto: José Frade | Museu do Fado

Foto: José Frade | Museu do Fado

Foto: José Frade | Museu do Fado

Foto: José Frade | Museu do Fado

Foto: José Frade | Museu do Fado

Foto: José Frade | Museu do Fado

Foto: José Frade | Museu do Fado

Carolina e José Pracana. Foto: José Frade | Museu do Fado

Carolina, José Pracana e Armando Figueiredo. Foto: José Frade | Museu do Fado